terça-feira, 30 de novembro de 2010

Dois shows do Mestre Beck no Brasil





Jeff Beck

Rio de Janeiro – 24 de Novembro de 2010

São Paulo – 25 de Novembro de 2010

Sou fã de Jeff Beck desde 1985, quando comprei o álbum Truth em uma loja de discos usados. A partir de então, sempre apreciei seu trabalho. Por isso, quando anunciadas as datas de sua turnê no Brasil, me empolguei e optei por ir nos dois shows.

No primeiro dia, tive a companhia de meu amigo e bluesman Fabio Dwyer. Cheguei 30 min antes de começar o show, e consegui um lugar na grade da pista. O show começou com 15 min de atraso. E começou arrasando, com uma bela versão de Plan B. Jeff empolgadíssimo e já na segundo musica – Stratus – começou a dar um grande espaço para os membros da sua banda, especialmente a baixista Rhonda Smith e o baterista Narada Michael Walden. Estes dois são responsáveis por um som mais funkeado. Já no fim da música, um breve solo de bateria foi suficiente para empolgar a galera e o próprio Beck, que foi ao microfone saudar seu batera. Aliás, um dos grandes méritos desta banda de Beck refere-se aos arranjos das músicas que foram adaptadas às características e possibilidades da banda.

Ao contrário do que muitos fãs imaginavam, o show foi pauleira, com pouco espaço para as músicas mais calmas. E, Smith e Walden animam muito a galera. A sétima música foi o solo de baixo que, cheio de slaps e groove, empolgou a galera que começou a bater palmas, e fez que a banda, incluindo Beck, passasse a bater palmas juntamente com a audiência. Era clara a surpresa e a satisfação estampada na face do tecladista, Jason Rebello. Após, a banda entra com muito funk, fazendo as pessoas tirarem o pé do chão. Impressionante, musica instrumental e todo o Vivo Rio gritando Hey Hey....

Logo apos, People Get Ready fez o público se animar ainda mais, com Jeff na guitarra fazendo a parte que na gravação de 1985 pertencia a Rod Stewart, enquanto o solo ficou a cargo de Rebello. Sinceramente, não senti falta da voz de Rod.


Rollin’ and Tumblin, uma antiga música de Muddy Waters, cantada por Rhonda Smith foi um dos ápices do show. A partir daí, o jogo estava ganho e me faltam palavras para escrever a cartase coletiva que se apossou do Vivo Rio. O show terminou com uma versão arrasadora de Brush with the Blues e A Day in the Life bem pesada, com direito a Beck chutar a guitarra no chão, provocando um som muito bacana para encerrar o set. Beck foi ao microfone e emplogadíssimo agradeceu a todos, apresentou a banda mais uma vez.

Beck volta em 3 minutos e sozinho no palco dá início a I wanna take you higer, de Sly & the Family Stone, com todo mundo batendo palma. Logo após, Narada entra pulando e berrando, assume a bateria e o Vivo Rio fica em êxtase, Rebello retorna em seguida. Por último, Rhonda entra, religa o baixo e começa a cantar. Sensacional, em determinado momento cada um da banda fica responsável por cantar um verso da música, o que Beck faz por meio de sua guitarra. A galera responde ovacionando, com palmas. Em uma uníssona celebração. Ao fim, Beck cai de joelhos no palco, rendido pela empolgação da plateia.

Em seguida, o roadie entrega a Jeff uma Gibson Les Paul e ele chama a atenção da plateia: “Prestem atenção nesta guitarra”. E, dá início a How high is the moon, uma homenagem ao mestre Les Paul. Por fim, Nessun Dorma, ária do último ato da ópera Turandot, de Puccini. A galera veio abaixo, ovacionando Beck e Banda. Na plateia, Liminha, Frejat e Milton Nascimento, dentre outros, o que mostra a importância musical de Beck e de sua história.

Fui para São Paulo, e ali teria a companhia de meu amigo Marcelo Peixoto. Combinamos de nos encontrarmos no aeroporto, e ao chegar, o vi e resolvemos, já que teríamos tempo, esperar por Beck. Juntado-se à nossa esperança, um casal fez o mesmo. José e sua esposa estavam esperando há mais tempo que nós, ele com sua guitarra. 2:30 hr depois da chegada do meu vôo, Beck e banda surgem no saguão de desembarque de Congonhas, e erguemos nossos CDs, esperando por um autógrafo do ídolo, mas o produtor brasileiro disse que ele não falaria conosco, pois estava cansado. Quase desistimos, mas um segurança do aeroporto disse: “Ei, vão atrás do cara. Aqui é Brasil e nós é que mandamos aqui”.


De fato, fomos recompensados, apesar da insistência do produtor brasileiro, com fotos autografadas. Quando recebi a minha, disse a Beck: “Fui ao show de ontem no Rio e vou ao show de hoje também”. Isso o deixou surpreso e feliz. Aliás feliz estávamos nós com nosso troféu.

O repertório do show de São Paulo foi o mesmo do Rio. Assim, como a empolgação da plateia e da banda. Novamente, Beck e banda arrasaram, se olham muito durante o show e isso permite a coordenação de improvisos e finais das canções com muita eficiência. Showzaço novamente. Duas noites para lavar a alma. Nas palavras do Marcelo, Jeff e banda apresentaram a linguagem do Jazz em formato Rock. Perfeitos.

Set List:

1- Plan B

2- Stratus

3- Led Boots

4- Corpus Christi Carol

5- Hammerhead

6- Mna Na Eireann

7- Bass Solo

8- People get ready

9- You never know

10-Rollin’ and Tumblin’

11-Big Block

12-Over the rainbow

13-Blast from the east

14-Angels

15-Dirty mind (Strato afinada em Eb)

16-Brush with the blues

17-A day in the life

Bis

18-I wanna take you higher

19-How high the moon

20-Nessum dorma