O show de Johnny Winter em SP valeu cada centavo. A abertura ficou a cargo de três guitarras - André Christovam, Luiz Carlini e Álvaro Asmar. Este último, que eu não conhecia, me surpreendeu positivamente pela técnica apurada no slide e pelo belo timbre da guitarra.
Ao final de algumas canções próprias e covers como Hideway, por exemplo, o trio deu espaço para a estrela da noite.
Primeiramente, a banda de Johnny Winter (Paul Nelson, guitarra; Scott Spray, baixo; e Vito Luizzi, bateria) tocou só. Depois, o competente batera anunciou a entrada do mestre, que, escoltado por dois assistentes, sentou na cadeira e mandou ver na guitarra.
Começando com o clássico Mojo boogie e visitando outros clássicos como Good morning little school girl, detonou. Sentado, assim como a plateia, o mestre destilou energia e estilo na guitarra, com pausas mínimas entre as músicas e um som bem alto e distorcido vindo das caixas. Como disse Marcelo Peixoto,: "a agilidade não é mesma, mas o bom gosto continua". Riffs de Hendrix, Clapton, B.B. King e Freddie King aparecem em seus solos de forma a casar perfeitamente com a música em questão. Depois de uma hora e meia, ouvindo clássicos como red house, it's all over now e highway 61 revisited, nos sentimos mais felizes e vamos pra casa certos de termos visto um baita show de um baita mestre. Não é sempre que vemos um senhor de 66 anos com tanta intimidade com a guitarra. Long live the blues.....